sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O que faria eu?

A quadra do Natal é mágica. Não são precisas grandes introduções ou motivações para que o tema surja em força. As vozes das crianças sobrepõem-se entusiasmadas, todos querem falar deste tema especial: São as prendas! - disseram alguns - Faz-se o pinheiro e o Presépio! - Eu vou escolher cinco prendas - disse alguém. Mas, afinal, porque é que se faz esta festa tão importante? Ah, é a festa de anos de Jesus! - Ufa! Que susto! Ainda bem que ainda se lembram do verdadeiro motivo da festa!
O melhor é fazermos um quadro de Tarefas de Natal, concordaram todos. Há muita coisa em que pensar, construir, enfeitar, ensaiar, ouvir...
Uma das coisas que quiseram fazer foi ouvir histórias de Natal. A primeira a ouvir (e ver) foi a história da "Menina Vendedora de Fósforos".
- "É uma história um bocado triste"; "Coitada da menina"; Por que é que ninguém lhe comprava fósforos?; - o diálogo foi extenso. Perceberam que a menina era pobre e não tinha família e que no mundo também há muitas crianças assim. Também perceberam que o final era triste porque a menina morreu. No entanto, foi-lhes proposto um desafio: cada um iria pensar no que faria se encontrasse a menina vendedora de fósforos, na rua. Afinal, se quisermos, podemos mudar o mundo se cada um de nós levar um pouco de alegria aos outros!
Cada criança fez o registo da resposta ao desafio proposto.

Como não poderia deixar de ser, as crianças manifestaram uma enorme sensibilidade e generosidade sincera nas respostas que deixaram:

"O que faria eu se encontrasse a menina vendedora de fósforos, na rua?"

João Afonso: "Eu levava-a para a minha casa."
Sofia: "Levava-a para a minha casa, dava-lhe comida e brincava com ela. Eu acendia a lareira e depois ela dormia comigo."
Rúben: "Levava-a para casa, acendia o aquecedor para ela se aquecer."
Miguel: "Levava-a para a minha casa e ligava o aquecedor para ela ficar quentinha. Brincava com ela."
Gonçalo: "Eu dava-lhe umas asas e ela voava para a avó."
André: "Levava-a para a minha casa, depois punha-lhe um cobertor."
Mateus: "Levava-a para a minha casa."
Raquel: "Eu levava a menina dos fósforos para a minha casa e brincava com ela."
Mariana: "Levava-a para a minha casa e dava-lhe de comer e metia-a na cama."
Afonso: "Dava-lhe uma manta e se a menina caísse, eu ajudava-a."
Simão: "Eu dava-lhe uma cama e um cobertor."
Filipe: Levava-a para a minha casa, dava-lhe comida e uma prenda e umas meias quentinhas."
Vicente: "Levava-a lá para casa, dava-lhe comida, deixava-a dormir na parte de baixo da minha cama e brincar com os meus brinquedos e trabalhar com os meus trabalhos de casa. Podíamos jogar os dois."
Carlos: Levava-a para a minha casa, aquecia-a, dava-lhe comida e água e arranjava um quarto para ela."
Rodrigo: Eu dava-lhe um casaco e uma casa."
Gabriel: "Dava-lhe um cobertor, uma bolinha e levava a menina para a minha casa e deixava-a aquecer-se à lareira."
Duarte: Eu levava-a para a minha casa."
Pedro: Levava-a para minha casa, dava-lhe comida e arranjava-lhe uma cama."
Margarida: "Levava-a para a minha casa, dava-lhe de comer e aquecia-a."
Anna: Eu levava-a para a minha casa, dava-lhe comida e uma cama."
Tiago: "Eu levava-a para a minha casa e dava-lhe comida. Dizia-lhe que, quando chegássemos a casa, eu ligava o aquecedor."
Lucas: "Levava-a para minha casa, dava-lhe comida, de beber e deixava-a dormir na minha cama."

Da exploração desta história, resultou a proposta de lançamento da Campanha de Angariação de Alimentos não Perecíveis que reverterá em favor da Despensa Solidária da Freguesia!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

"Nham - Nham!"

Estivemos a rever a história que as professoras da biblioteca de Nogueira, há tempos, nos vieram contar. É uma história muito interessante porque nos faz pensar em várias coisas, todas elas importantes. Por isso, resolvemos ir busca-la outra vez. 
Desde logo, é uma história que nos permite compreender, interpretar, orientar-nos e integrarmo-nos no mundo que nos rodeia. Através dela pudemos trabalhar a Área do Conhecimento do Mundo que abarca o início das aprendizagens das diferentes ciências naturais e humanas.
Recontamo-la, interpretamo-la e estabelecemos correlações com outros conhecimentos já adquiridos previamente. Depois, registamos as nossas novas descobertas.






No entanto, não nos ficamos só por desenvolver competências na Área do Conhecimento do Mundo. Através desta história , tão simples, ainda desenvolvemos outras noções: 
  • abordagem à escrita - regras do código escrito (os sinais de pontuação: o ponto de interrogação ?)
  • linguagem oral - perguntas e respostas (uma história de repetição, onde a cada pergunta se segue uma resposta)
  • a matemática - sequência numérica (os 12 personagens da história)
  • a matemática - numerais ordinais (quem foi o primeiro, o segundo, o terceiro...  até ao último a entrar nesta história?)
Deixamos aqui um grande obrigado às professoras Ângela e Manuela da biblioteca de Nogueira que nos proporcionaram tantas descobertas!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Finalmente... o GRANDE DIA!

A partir da criação de um personagem "Roberto" desenrolou-se um projeto no qual as crianças se envolveram intensamente. Nesta faixa etária as crianças têm a capacidade de dar vida a todos os seres inanimados e, nesta situação especial, em as crianças foram as autoras destes personagens, foi sendo criada uma ligação afetiva que enriqueceu e fez do Roberto e da Marta verdadeiras personagens reais.
Este projeto proporcionou, além de todas as ligações afetivas, a reflexão sobre a importância do gostar de alguém, de ser simpático com o outro, de ficar feliz com a felicidade do outro, ou triste quando o outro não está bem.
É através do jogo simbólico que as crianças vão adquirindo valores e atitudes positivas que as vão ajudando a crescer com um espírito de respeito, interajuda, partilha e amizade com os outros.
O papel dos pais foi muito importante pela forma ativa com que se envolveram e pela cumplicidade manifestada tornando este projeto ainda mais rico.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Surpresa!

Ontem a sala 1 recebeu uma surpresa para a biblioteca. Logo de manhã, as crianças repararam que a mesa da biblioteca tinha uma nova prateleira, na parte de baixo. Para que seria? Depois de uma conversa acerca do tipo de coisas que se podem ler numa biblioteca (estivemos também a recordar a visita à Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva com algumas crianças que nela participaram), chegaram à conclusão de que, para além dos livros, numa biblioteca também se podem ler revistas e jornais. Isso mesmo! A surpresa era nada mais, nada menos, que 5 revistas para a infância.

De facto, no pré-escolar, as crianças devem ter a oportunidade, através do ambiente e da atitude do educador, de familiarização com o código escrito. É que a leitura e a escrita fazem também parte do quotidiano familiar de muitas crianças onde elas vão aprendendo desde cedo para que serve ler e escrever. Por isso, tem todo o sentido que no JI surjam oportunidades de viver igualmente esse tipo de experiências. 
Conforme está previsto nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, onde o contacto com o texto manuscrito e impresso nos seus diferentes formatos, o reconhecimento de diferentes formas que correspondem a letras, a identificação de algumas palavras ou de pequenas frases, permitem uma apropriação da especificidade do código escrito (1997, p. 70), assim se pretendeu diversificar os suportes de texto escrito na nossa sala como forma de levar as crianças a compreenderem a necessidade e as funções da escrita. Desta forma, paralelamente ao que se vai escrevendo quotidianamente na presença das e com as crianças e afixando nas paredes, o investimento na diversificação dos suportes escritos vai paulatinamente favorecendo a emergência do código escrito.
E as descobertas foram várias. Por entre as letras, palavras e frases das revistas, havia imagens bem conhecidas das crianças, histórias engraçadas e jogos! Jogos com letras, números, labirintos e muito mais! Alguns quiseram experimentar fazê-los.


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Mês de novembro e o São Martinho

Durante a semana passada andamos à volta do tema do São Martinho, os magustos, as castanhas... 
Com a entrada do mês de novembro, foi fácil abordar o tema, quanto mais não fosse porque no nosso JI não faltam ouriços e castanhas trazidos pelos alunos.
A história da "Maria Castanha", projetada nas duas salas, foi muito do agrado das crianças que captaram muito bem a sua sequência  e recontaram-na com evidente facilidade. 
A prova-lo estão alguns dos registos gráficos feitos pelas crianças. 

Outro sucesso da semana foi a canção (sequencial) do São Martinho. Já todos a sabem na ponta da língua, até os mais pequenos da sala 2!
Mas ainda ouve tempo para fazer umas caixinhas muito giras para guardar as castanhas do magusto que fizemos com o 1º ciclo. Continuamos a reutilizar materiais para preservar o ambiente. Desta vez, foram caixas de ovos, rolos, fios de lã, milho... Ficaram mesmo giras e fizeram furor no nosso magusto. Vejam só!


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Dia das Bruxas... afinal!

Andavam tão ocupadas com registos, trabalhos tridimensionais, contos e recontos em torno da história "O Grilinho Tenor", que já se estranhava que as crianças não falassem do Dia das Bruxas. Na sala também não se falava em tal data, quanto mais não fosse, por não ser esta uma data oriunda dos nossos costumes e tradições.
Até que... aparece uma abóbora trazida pelo André! Bom... abóbora puxa... palavras em volta do tema das bruxas. E quando as crianças sugerem, a planificação da semana, pensada com intencionalidade educativa pela educadora, tem que dar uma cambalhota! E quantas vezes a dá! É que a planificação, tendo que existir, é frequentemente alterada para se coadunar com os interesses e necessidades das crianças. Por isso mesmo é que, no pré-escolar, a planificação é emergente!
Assim o prevê a legislação quanto à função do educador: "planifica a intervenção educativa de forma integrada e flexível, tendo em conta os dados recolhidos na observação e na avaliação, bem como as propostas explícitas ou implícitas das crianças, as temáticas e as situações imprevistas emergentes no processo educativo"(Perfil do educador de infância).
E toca a planificar o emergente!
Queremos pintar a cara, fazer uma cabeça de abóbora, trabalhos com desenhos das bruxas, doce abóbora e... coisas assustadoras!
 Na quarta feira o Vicente veio mascarado de tarântula. Bom, afinal também seria giro se fizéssemos umas tarântulas.



 Hoje, sexta feira, a vida da sala voltou ao normal (ou quase, porque algumas crianças quiseram acabar alguns trabalhos pendentes). Pintaram-se folhas de Outono conforme tínhamos combinado, retomaram-se outros trabalhos deixados adormecidos.