sábado, 19 de setembro de 2015

2015/2016

      Voltamos!

E... mais um ano começa no JI de Esporões!

Desta vez recebemos 15 "caloirinhos" muito simpáticos e nada chorosos ;-)
Ontem, dia 18, fizemos a receção a estas crianças e a todos os nossos pequenos "veteranos" que também se quiseram juntar à festa.
Foi uma manhã calma e descontraída, com a presença de alguns pais que ficaram para ajudar a minorar a ansiedade própria de quem muda de etapa - dos filhos e dos pais, claro! ;-)

E nunca é demais  recordamos os bons conselhos de Eduardo Sá, psicólogo clínico, psicanalista, professor de psicologia clínica na universidade de Coimbra e autor de diversos textos de caráter pedagógico/educativo, que recomendamos  a todos:

Kit para sobreviver aos primeiros dias de jardim de infância

  1. É proibido insultar o jardim de infância chamando-lhe “escolinha”. Em primeiro lugar, porque é uma escola. Em segundo, porque todas as escolas ganhavam se ligassem brincar com aprender.
  2. É proibido que os pais imaginem que o jardim de infância serve para aprender a ler e a contar. Ele é útil para aprender a descobrir os sentimentos. Para aprender a imaginar e a fantasiar. Para aprender com o corpo, com a música e com a pintura. E para brincar. Uma criança que não brinque deve preocupar mais os pais do que se ela fizer uma ou outra birra, pela manhã, ao chegar.
  3. O jardim de infância assusta as crianças sempre que os pais – como quem sossega nelas os medos deles por mais um dia de jardim de infância – lhes repetem: “hoje vai tudo correr bem!”
  4. Os pais estão proibidos de despedir-se muitas vezes das crianças, ao chegarem todos os dias. E é bom que se decidam: ou ficam contentes por elas correrem para os amigos ou ficam contentes por elas se agarrarem ao pescoço deles, como se estivessem prestes a ser abandonadas para sempre. Já os pais que, secretamente, gostam das duas coisas são bons amigos dos maus pais…
  5. É proibido que as crianças vão dia sim, dia não, ao jardim de infância. E que vão, simplesmente quando os seus caprichos infantis vão de férias. E que não vão “só porque sim”. O jardim de infância não é um trabalho para os mais pequenos. É uma bela oportunidade para os pais não se esquecerem que se pode amar o conhecimento, namorar com a vida, nunca ser feliz sozinho e brincar, ao mesmo tempo.
  6. No jardim de infância não tem de ser obrigatório comer até à última colher; nem dormir todos os dias. E não é nada mau que uma criança se baralhe e chame mãe à educadora (ou vice-versa). Só é mau que sofra todos os dias, meses a fio, sempre que se trata de lá ficar.
  7. Os pais estão obrigados a chegar a horas quando se trata de uma criança regressar a casa. Prometer e faltar devia dar direito a que os pais fossem classificados como tendo necessidades educativas especiais.
  8. Os pais não podem exigir aos filhos relatórios de cada dia de jardim de infância. Mas estão autorizados a ficar preocupados se as crianças forem ficando mais resmungonas, mais tristonhas ou, até, mais aflitas, sempre que regressam de lá. E estão, ainda, autorizados a proibir que o jardim de infância só se abra para eles durante as festas ou sempre que uma criança esteja doente.
  9. O jardim de infância é uma escola de pais. E um lugar onde os educadores são educados pelas crianças. Um lugar onde todos se educam uns aos outros não é uma escola como as outras. É um jardim de infância.
  10. Um dia, num mundo mais amigo das crianças, todas as escolas serão jardins de infância!


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