Era uma vez, 3 porquinhos e... um projeto!

As histórias e as dramatizações costumam andar de mãos dadas e o que se tem passado na sala 1 assim o comprova.
Tudo começou com a visualização da história "Os Três Porquinhos".

De imediato, surgiu a ideia de fazer um teatro da história. Até aqui, nada de novo. O problema é que as crianças quiseram fazer uns adereços muito especiais: as casas dos três porquinhos, em tamanho real! Iniciou assim o nosso projeto em torno desta história que, numa fase inicial, assumiu este esquema, elaborado em colaboração entre crianças e educadora.

O trabalho de projeto é uma alternativa à educação de infância escolarizante. Ao invés, privilegia uma educação de infância intelectual, com a qual me identifico.

Conforme refere Katz (2004) na brochura "Trabalho por Projectos na Educação de Infância", as experiências de carácter "intelectual" [em que as crianças colocam questões, resolvem problemas e buscam um sentido para o mundo que as rodeia, desenvolvendo a capacidade de continuar a aprender], fortalecem as disposições inatas da criança para:

• fazer sentido da sua própria experiência;
• colocar hipóteses, analisar, elaborar conjecturas;
• ser curiosa;
• fazer previsões e verificá-las;
• ser empírica;
• persistir na resolução de problemas;
• tomas iniciativas e ser responsável pelo que conseguiu fazer;
• antecipar os desejos dos outros, as suas reações (usando disposições sociais).

Neste caso, partimos do que as crianças já sabiam acerca do que seria construir casas de palha, madeira e tijolo. Desenharam individualmente o que entendiam ser o projeto de cada uma das casas. Depois, pensaram no que queriam saber para levar a efeito esta grande empreitada.

Para a casa de palha começou a chegar algum material. Duas crianças trouxeram palha e da EB1, chegou mais palha (que estava no Presépio da entrada). E, toca a formar pequenos molhos atados com fita cola.

Para a casa de tijolo chegamos à conclusão que seria melhor substituir os pesados tijolos por pacotes de leite...

As crianças têm-se empenhado de forma espantosa na angariação destes preciosos tijolos. Têm chegado às dezenas todos os dias! E, claro, não se perde a oportunidade para trabalhar a matemática. Comparar as quantidades trazidas pelas diferentes crianças, seriá-las, contar por ordem crescente e decrescente, perceber quantos pacotes trouxe uma crianças a mais, em relação a outra, como proceder para igualar duas torres de pacotes,...

... e até quantos pacotes cabem a cada criança presente na sala.

Vão assim, de descoberta em descoberta, aprendendo, deduzindo, colocando hipóteses, resolvendo problemas, tirando conclusões... Como, por exemplo, descobriram que não podíamos continuar a construir as casas dentro da nossa sala, porque depois não iríamos conseguir passá-las pelas portas, até à sala polivalente, onde será feito o teatro. Ah, e também descobrimos juntos que, para fazer a casa de madeira, o melhor é pedir ajuda ao Sr. Manuel, que é carpinteiro. Não vá cair a casa mesmo sem o lobo mau soprar! :-) Claro que esta parece ser também uma boa oportunidade para falarmos e descobrirmos mais acerca do tema profissões ;-)

A febre dos projetos parece estar a crescer! Agora, no tempo de trabalho, temos sempre candidatos para trabalhar na área dos projetos (individuais). Isto promete!